É válido afirmar que pessoas com Agenesia podem desenvolver habilidades sobre-humanas?

A ideia de que o cérebro compensa a perda de um membro aumentando capacidades em outras áreas é um tema interessante e complexo. A neurociência explora como o cérebro se adapta a mudanças e lesões, um processo conhecido como neuroplasticidade.

Neuroplasticidade: Quando uma pessoa perde um membro, o cérebro se reorganiza para usar outras partes do corpo mais eficazmente. Isso pode incluir uma maior sensibilidade em outras partes do corpo ou a utilização mais eficiente de membros restantes. Esse fenômeno é bem documentado em estudos de neuroplasticidade.

Reorganização cortical: Pesquisas mostram que áreas do cérebro anteriormente dedicadas a um membro perdido podem ser realocadas para outras funções. Por exemplo, a área do córtex que controlava uma mão amputada pode passar a processar sensações do rosto ou do braço remanescente.

Adaptação e Resiliência: Muitas pessoas que perdem membros desenvolvem habilidades extraordinárias em outras áreas, mas isso é frequentemente atribuído à resiliência e adaptação psicológica, além das mudanças neurológicas. A superação de desafios pode levar a um desenvolvimento pessoal significativo.

Capacidade Cognitiva: Não há evidências científicas robustas que comprovem que a perda de membros aumenta diretamente a inteligência ou a capacidade cognitiva. No entanto, o esforço para se adaptar a novas circunstâncias pode resultar em um aumento de habilidades práticas e resolução de problemas.

Aprimoramento sensorial: Alguns estudos sugerem que pessoas cegas podem desenvolver uma audição mais aguçada ou um sentido tátil mais refinado, embora isso seja mais relacionado ao treinamento e à prática do que uma compensação automática. No entanto, é importante notar que esses processos de adaptação não necessariamente resultam em habilidades “superiores” em comparação com pessoas sem deficiências. O sucesso em esportes, carreira ou outras áreas da vida frequentemente é resultado de uma combinação de fatores, incluindo determinação, treinamento, apoio e oportunidades, além da adaptação fisiológica.

Exemplos Notáveis:

Hamilton posa em 2003 com a prancha de surf que ela usava quando o tubarão a atacou no início daquele ano.

Stephen Hawking: Embora sua condição (ELA) não envolvesse a perda de membros, sua adaptação e realização extraordinária apesar de suas limitações físicas são um exemplo de como a adversidade pode ser superada.

Aimee Mullins: Uma atleta paraolímpica e modelo que nasceu com fibular hemimelia e teve ambas as pernas amputadas. Ela se destacou no atletismo e em outras áreas.

Bethany Hamilton: Surfista profissional que continuou sua carreira após perder um braço em um ataque de tubarão.

Oscar Pistorius: Atleta paralímpico que competiu nas Olimpíadas regulares usando próteses.

O autor Paramahansa yogonanda, um mestre indiano em meditação e yoga comenta em seus livros que, na prática meditativa, o cérebro retira a atenção e foco dos membros para as partes superiores do cérebro, as quais podem ser consideradas “repositórios energéticos” como uma central, que, acumulada, pode ser dispersa depois pela pessoa, com foco concentrado, em outras atividades, como pintura, arte, negócios, música esportes entre outros.

Embora a neuroplasticidade e a adaptação psicológica sejam mecanismos poderosos que podem levar ao desenvolvimento de habilidades extraordinárias após a perda de membros, não há evidências concretas de que isso resulte diretamente em um aumento da inteligência ou capacidade cognitiva.

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